Muitas pessoas guardam moedas antigas em casa acreditando ter um tesouro. Mas a realidade é diferente: a maioria das peças do período inflacionário, como as do cruzeiro e do cruzado, não tem valor de revenda. Foram emitidas em bilhões de unidades e ainda aparecem em grandes lotes vendidos por quilo.
Segundo Fernando Ganim, apresentador do programa Vivendo a História, três fatores determinam o valor de uma moeda: o ano de emissão, a quantidade produzida e o estado de conservação. Para valer mais, ela precisa ser de tiragem reduzida ou estar em condição chamada de “flor de cunho”, sem marcas de uso. “Dificilmente é possível vender uma peça comum dessas por um real”, afirma.
Muitas vezes, mesmo moedas consideradas bonitas não despertam interesse comercial. O motivo é a enorme circulação que tiveram. Exemplares de 50 centavos de 1979, por exemplo, apesar de preservados, continuam fáceis de encontrar. Por isso, não atingem preços relevantes entre colecionadores.
Ainda assim, Ganim destaca que essas peças têm valor histórico. Elas registram momentos da economia brasileira e podem servir de base para iniciar uma coleção. Guardá-las em pastas, organizadas por período, pode ser mais interessante do que tentar vender.
O colecionador lembra que o desapontamento é comum. Quem encontra centenas ou até milhares de moedas guardadas costuma acreditar ter um patrimônio significativo. Mas, por se tratar de um período em que o governo produziu bilhões de unidades, a maior parte não ultrapassa o peso do metal em que foi cunhada.
Para quem deseja entender melhor o tema e ver exemplos práticos, Fernando Ganim comenta o assunto em vídeo no canal Vivendo a História, disponível no YouTube.