A cédula de R$ 100 da segunda família do real entrou em circulação em dezembro de 2010 e se manteve, por mais de uma década, como a de maior valor do país. Estampada com a garoupa no verso, a nota tornou-se símbolo de transações de alto valor e, aos poucos, também objeto de interesse entre colecionadores. Mas será que vale a pena montar uma coleção apenas com esse exemplar?
Segundo Fernando Ganim, do canal Vivendo a História, o atrativo principal está nos detalhes das séries emitidas. Cada ano é identificado por uma letra diferente: a primeira emissão, em 2010, recebeu o código AA; em 2011, a letra B; em 2012, a letra C, e assim sucessivamente. Essa sequência, que parece convidativa a quem está começando, pode dar a impressão de que existe um caminho de coleção por letras.
No entanto, Ganim alerta que essa escolha nem sempre é vantajosa. O valor numismático (valor para colecionadores) só se mantém em cédulas em estado flor de estampa, sem marcas de circulação. Como grande parte das notas já passou de mão em mão, encontrar exemplares perfeitos é tarefa difícil.
O que considerar antes de colecionar
Para especialistas, a raridade é o que confere valor a uma cédula. No caso das notas de R$ 100 da segunda família, as emissões são recentes e volumosas, o que limita a valorização no curto prazo. Além disso, colecionadores experientes costumam priorizar séries históricas mais antigas, como os réis ou os cruzeiros, que apresentam menor oferta e maior relevância para o estudo da economia brasileira.
Outro fator é o custo-benefício. Montar um álbum apenas com as letras anuais da cédula de R$ 100 exige tempo e dinheiro que poderiam ser direcionados para outras coleções com retorno mais expressivo. “Não vale a pena começar por aí, a não ser que já se tenha outros conjuntos completos ou acesso facilitado a notas impecáveis”, afirma Ganim.
A nota e seus detalhes
A cédula de R$ 100 da segunda família tem dimensões de 156 mm por 70 mm e segue o padrão de aumento em relação às demais. Além da garoupa no reverso, traz recursos de segurança como marca-d’água, fio de segurança e número que muda de cor conforme a inclinação.
Por ter sido uma das primeiras notas da nova família do real, lançada junto com a de R$ 50, é considerada marco de modernização no sistema monetário brasileiro. Isso garante importância histórica, mesmo que o valor de mercado para colecionadores ainda seja restrito.
👉 Confira a análise completa de Fernando Ganim no vídeo abaixo: