Vikings mantinham laços comerciais com o mundo islâmico, revela estudo sobre tesouro encontrado na Inglaterra

Vikings mantinham laços comerciais com o mundo islâmico, revela estudo sobre tesouro encontrado na Inglaterra

Image credit: York Museums Trust Staff; Wikimedia Commons; (CC BY-SA 4.0 DEED))

Um tesouro descoberto no norte da Inglaterra confirmou que os vikings mantinham rotas de comércio que alcançavam o mundo islâmico. A análise de 29 lingotes e joias de prata do Tesouro de Bedale, datado do fim do século IX, mostrou que parte do metal veio de regiões que hoje correspondem ao Irã e ao Iraque.

O estudo, publicado na revista Archaeometry, identificou três origens principais para a prata: moedas europeias ocidentais, dirhams islâmicos e ligas formadas pela fusão dos dois tipos de metal. Quase um terço do conjunto foi rastreado até o Califado Abássida, centro político e econômico muçulmano da época.

As amostras foram analisadas por meio de isótopos de chumbo e elementos-traço. A composição indicou que o metal percorreu longas rotas comerciais que cruzavam a Rússia e o mar Báltico, antes de chegar à Escandinávia e, depois, à Inglaterra. Essas rotas formavam a Austrvegr, rede oriental que ligava o norte europeu às cidades islâmicas da Ásia Central.

A pesquisa também revelou a habilidade técnica dos artesãos escandinavos. Parte da prata importada foi refinada com chumbo extraído no norte da Inglaterra, o que demonstra produção local e integração econômica entre diferentes regiões. Um dos colares analisados foi fundido a partir de metais de origens distintas, combinando prata europeia e oriental.

O achado amplia o entendimento sobre a economia da Era Viking, antes vista como baseada apenas em saques e tributos. O comércio de metais preciosos seguia o modelo de bullion, no qual o valor era determinado pelo peso do metal. As moedas estrangeiras eram fundidas, cortadas ou remodeladas em joias e barras para uso no mercado escandinavo.

A presença de prata islâmica na Inglaterra mostra que a Escandinávia fazia parte de uma rede eurasiática de trocas, que se estendia do Atlântico ao Oriente Médio. Esses contatos favoreceram o intercâmbio de técnicas metalúrgicas, padrões estéticos e formas de organização econômica entre povos separados por milhares de quilômetros.

O tesouro de Bedale evidencia que, muito antes das grandes navegações europeias, o comércio intercontinental já moldava as relações entre civilizações distantes.

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