Desde 1994, as moedas do real estão no bolso dos brasileiros. Mas, com o crescimento de vídeos no YouTube e nas redes sociais, multiplicaram-se as promessas de que peças comuns podem valer pequenas fortunas. A dúvida que fica é: até que ponto isso é verdade?
Na prática, poucas moedas realmente alcançam cifras relevantes no mercado numismático. O caso mais emblemático é a moeda comemorativa de R$ 1 lançada em 1998, em homenagem aos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Com tiragem limitada a 600 mil exemplares, ela é considerada a mais rara do Plano Real.
Seu valor varia conforme a conservação: em ótimo estado, pode chegar a R$ 300; em “flor de cunho” — sem sinais de circulação — alcança R$ 960. Já exemplares certificados internacionalmente e em nível máximo de preservação já foram negociados por mais de R$ 6 mil.
Outras edições comemorativas, como a que marcou os 50 anos do Banco Central, lançada em 2015, não têm a mesma raridade. Apesar de figurar em catálogos oficiais, é vendida em média por valores entre R$ 5 e R$ 20.
Especialistas destacam que três fatores definem a valorização: raridade, tiragem limitada e estado de conservação. Peças em perfeito estado são as mais disputadas. Já moedas comuns, mesmo antigas, dificilmente superam o valor de face.
O excesso de vídeos prometendo fortunas por moedas comuns gera desinformação. A recomendação de colecionadores é sempre consultar catálogos especializados ou associações de numismática antes de vender ou comprar.
A busca por moedas raras, no entanto, virou hobby para muitos brasileiros. Poucas atingem altos valores, mas colecionar ajuda a preservar parte da história do país. E, para quem der a sorte de encontrar uma moeda dos Direitos Humanos em ótimo estado, ela pode sim ser um verdadeiro tesouro no cofrinho.