A Série Axé, produzida em 1988 para marcar os cem anos da Abolição, voltou a ser lembrada neste 20 de Novembro. O conjunto reúne três moedas de 100 Cruzados, cada uma com o retrato de um integrante de uma família negra: um homem, uma mulher e uma criança. As peças circularam nacionalmente e formam um dos poucos grupos do dinheiro brasileiro com representações negras de forma direta.
As três moedas seguem o mesmo padrão técnico. Foram cunhadas em aço inoxidável, têm 31 milímetros de diâmetro, 9,9 gramas e borda lisa. No anverso aparece o retrato correspondente e as inscrições “Centenário da Abolição”, “1888–1988” e “Axé”. No reverso, surge o valor de 100 Cruzados acompanhado do nome do País. As moedas permaneceram em circulação até a desmonetização, no início dos anos 1990.
Os três retratos foram desenvolvidos com traços simples e expressão direta. A peça que apresenta a criança tornou-se a mais conhecida, mas o conjunto foi pensado como uma representação completa de uma família negra em circulação diária, algo pouco comum na história da numismática brasileira até então.
A Série Axé foi lançada em meio às comemorações oficiais do centenário da Lei Áurea e buscou oferecer um registro simbólico da presença negra no País. Trinta e seis anos depois, as moedas voltam a ser lembradas neste Dia da Consciência Negra como um marco visual da participação negra na iconografia do dinheiro brasileiro.