Tesouro 'Único' com 933 Moedas de Ouro da Idade do Ferro Vai a Exposição Permanente na Inglaterra

Tesouro 'Único' com 933 Moedas de Ouro da Idade do Ferro Vai a Exposição Permanente na Inglaterra

Um tesouro com 933 moedas de ouro da Idade do Ferro será exibido de forma permanente a partir de 2026 no Museu de Chelmsford, em Essex, no sudeste da Inglaterra. Encontrado em 2020, o conjunto é descrito como “único” e representa o maior já registrado desse tipo no país.

Chamado de “Grande Tesouro de Baddow”, ele foi enterrado há mais de dois mil anos, entre 60 e 20 a.C., em meio a disputas entre tribos britânicas e à iminência da invasão romana. As moedas estavam guardadas em um recipiente metálico, acompanhadas de fragmentos de couro e vidro vermelho — evidências de que o depósito foi feito de forma intencional.

A descoberta, no entanto, foi marcada por irregularidades. O responsável por localizá-lo em uma propriedade privada não comunicou imediatamente as autoridades, como exige a Lei do Tesouro do Reino Unido. Parte das moedas foi ocultada, e o detectorista foi posteriormente condenado por tentar se apropriar do achado. Como resultado, perdeu o direito à recompensa, e o equipamento foi apreendido.

Após a investigação, o achado foi reconhecido oficialmente como tesouro por um legista. A aquisição pelo museu só foi possível graças a uma doação de £ 250 mil do Fundo do Patrimônio da Loteria Nacional, com apoio de instituições locais ligadas à arqueologia e à preservação histórica.

As moedas — conhecidas como staters — são associadas às tribos Trinovantes e Catuvellauni, que dominavam a região sudeste da Grã-Bretanha na Idade do Ferro. Especialistas acreditam que o tesouro foi enterrado em meio a um conflito entre esses grupos, pouco antes da segunda investida de Júlio César na ilha, em 54 a.C. Até então, esse tipo de confronto era conhecido apenas por registros romanos. O achado fornece a primeira evidência física desse cenário político.

A localização do depósito, em uma área tradicionalmente ligada aos Trinovantes, levanta hipóteses sobre a possível expansão dos Catuvellauni ou instabilidades locais. O ouro pode ter sido escondido como reserva de guerra, pagamento ou tentativa de proteção diante da instabilidade.

Com a exposição prevista para o verão europeu de 2026, o museu espera atrair visitantes interessados em explorar o passado da Grã-Bretanha. O brilho das moedas impressiona, mas são as perguntas históricas que o tesouro suscita — sobre quem o enterrou, por que não foi recuperado e o que revela sobre aquele período — que devem marcar a experiência do público.


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