Cédula de R$10 de Pedro Álvares Cabral: a experiência brasileira com cédulas de polímero

Cédula de R$10 de Pedro Álvares Cabral: a experiência brasileira com cédulas de polímero

A cédula comemorativa de R$10 de Pedro Álvares Cabral, lançada em 2000 para celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil, marcou a primeira e única experiência do país com cédulas de polímero, material plástico usado em moedas ao redor do mundo por sua durabilidade e segurança.

Produzidas com plásticos sintéticos como o polipropileno, as cédulas de polímero duram mais, resistem melhor à sujeira e à umidade e são mais difíceis de falsificar. Mais de 45 países já adotaram a tecnologia, incluindo Austrália, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia. No entanto, o Brasil, após o experimento de 2000, optou por não seguir esse caminho.

A cédula de R$10 trazia Pedro Álvares Cabral no anverso e elementos gráficos que comemoravam os 500 anos do descobrimento. Apesar da inovação, o material não se mostrou adequado ao manuseio cotidiano: dobragens e uso intenso faziam a nota descascar. Além disso, problemas de estampa ocorreram, como a emissão de algumas unidades com a estampa C, quando deveriam ter sido produzidas com a estampa D, e variações na grafia do nome do navegador (abreviado ou completo).

Em 2005, o Banco Central do Brasil divulgou um relatório técnico indicando que a cédula de polímero não apresentava “superioridade técnica ou vantagem econômica” diante das condições locais de manuseio, clima e infraestrutura bancária. A decisão de manter o papel reforçado com verniz foi pragmática, oferecendo durabilidade e higiene com menor impacto logístico e financeiro.

Apesar de ter sido abandonada, a experiência deixou legado importante: influenciou a criação da segunda família do real, com foco em acessibilidade e maior proteção antifalsificação. Ela também colocou o Brasil em sintonia com tendências internacionais, mostrando que a experimentação controlada pode gerar melhorias significativas, mesmo sem adoção definitiva.

Hoje, não há planos anunciados para retomar a produção de cédulas de polímero no Brasil, mas o Banco Central mantém o compromisso de “estar à frente dos falsários e alinhado com os avanços tecnológicos”, deixando aberta a possibilidade de futuras avaliações.

A experiência da cédula de R$10 de Pedro Álvares Cabral ilustra que, no caminho da inovação monetária, sucesso depende tanto de tecnologia quanto de adaptação às condições locais, reforçando a importância de testes controlados antes de mudanças definitivas.



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  • user por Fineas

    Quanto vale a mowda dw 1 real com um beija flor estanpado na facê coroa???

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  • user por Rodrigo Morales Garcia

    Tudo começou com uma pesquisa sobre uma moeda que ganhei com a data do meu nascimento (1967), foi quando comecei a receber vários vídeos e imagens sobre a fantástico mundo da numismática e comecei a me apaixonar por isso. mas no momento não posso continuar minha coleção, inclusive estou com a posse temporária de vários itens que ainda não comprei, mas dado ao fato de que estão comigo, gostaria de deixar a disposição para quem realmente tem interesse. Tenho várias moedas com defeito, fora de circulação (normais, com defeitos e Flor de cunho), antigas (da década de 1800 a 1930)estrangeiras, notas e títulos de divida fundada. meu nome é Rodrigo, fone/whats (11)98303-9776. se possivel ter acesso ao livro de valores ou te enviar imagens para avaliação fico grato.

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  • user por Wagner Delfino Silva

    Tenho uma moeda do cinquentenário e uma dos 40 anos a venda interessados entrar em contato pelo email

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