Uma coleção de 63 moedas históricas inscritas com o nome do Profeta do Islã, Maomé (que a paz esteja com ele), foi apresentada no domingo (7) no Instituto de Museus Dafinah. A mostra marca a Semana da Unidade Islâmica e os 1.500 anos do nascimento do Profeta.
As moedas, que estarão em exposição pública por duas semanas no Museu Astan Quds Razavi, em Mashhad, simbolizam os 63 anos de vida de Maomé. São peças de ouro (dinares) e prata (dírhams) que atravessaram séculos e regiões, oferecendo um retrato singular da expansão do mundo islâmico por diferentes dinastias e territórios.
O exemplar mais antigo data do século 7, início da era islâmica, enquanto o mais recente pertence à dinastia Qajar, já no século 19. Entre os períodos representados estão os abássidas, samânidas, aglábidas, tulúnidas, gaznávidas, ghúridas, seljúcidas, ilcânidas, timúridas, safávidas, afsháridas e qajares.
A abrangência geográfica da coleção também é ampla. As moedas foram cunhadas no subcontinente indiano, na Ásia Central, no Irã, na Mesopotâmia, no Levante e no Norte da África. Cada peça carrega a inscrição do nome do Profeta, considerada pelos organizadores uma marca de valor espiritual e cultural que atravessou fronteiras e séculos.
Katayoun Pelasaeidi, presidente do conselho do Instituto de Museus Dafinah, destacou que a moeda foi um dos marcos da história econômica e cultural do Irã. Segundo ela, o processo de troca começou com o escambo, evoluiu para o uso de selos e alcançou a produção de moedas metálicas no Império Aquemênida. Posteriormente, moedas partas exibiram retratos de reis, enquanto as sassânidas trouxeram motivos religiosos.
Hamidreza Soleimani, diretor do Instituto de Museus Dafinah, ressaltou que a coleção foi selecionada do tesouro histórico da Fundação Mostazafan. “É uma oportunidade rara para o público conhecer moedas que unem fé, arte e história em um mesmo objeto”, disse.
A exposição reforça o valor da numismática como fonte de preservação da memória cultural. Mais que itens de transação econômica, as moedas expostas funcionam como registros materiais da trajetória do Islã e de sua presença em diferentes sociedades ao longo de mais de mil anos.